Os 7 pecados capitais

09/05/2022

 

A origem da palavra pecado vem do latim peccatum que significa errar o alvo. Já a palavra capital vem do latim caput, o que significa cabeça ou centro do pensamento. Com o passar do tempo muitos conceitos se deterioram ou ganham novos significados. Neste caso, poderíamos talvez associar hoje os pecados capitais àquilo que fazemos que gera sofrimento para nós mesmos ou para os outros. Em outras palavras, isso significaria um comportamento reativo a partir daquilo que apenas pensamos (ou acreditamos) sem o devido discernimento. Ou ainda poderíamos dizer que um pecado capital ocorre quando somos deixados nos levar pela nossa própria mente. Como outro dia ouvi dizer: "a mente, muitas vezes, mente!".

 

Historicamente, há relatos que os pecados já foram oito e sofreram várias mudanças. Hoje a lista é composta dos seguintes pecados: soberba, inveja, gula, luxúria, raiva, avareza e preguiça. Antes, era incluída a tristeza como o oitavo pecado. Quando investigamos dentro de nós mesmos estes pecados, podemos experimentar que todos surgem a partir de crenças ou pensamentos que são próprios da atividade mental. Nesse sentido, erramos o alvo quando somos deixados nos levar pela mente, pois devido a sua limitação em compreender a totalidade daquilo que experimentamos a mente está inconsciente da maior parte das circunstâncias que vivemos.

 

Dessa forma, a compreensão dos pecados capitais deve dirigir-se a sua causa raiz que é a mente. Para isso serve o autoconhecimento que através da Consciência ilumina a mente e a transcende nos libertando do seu sofrimento.

 

Se observamos com cuidado e interesse a experiência humana podemos notar que os pecados capitais surgem em nós a partir de uma espontaneidade e a mente cria a ilusão de um indivíduo que os possui de maneira privativa e que pode controlá-los com algum esforço. No entanto, quando isto é compreendido como um processo natural e impessoal, elimina-se da experiência, pouco a pouco, toda energia emotiva que causa os dramas e conflitos pessoais da vida. Sem necessidade de negação ou repressão, a vida passa a adquirir uma qualidade criativa e integradora que tem o poder de uma verdadeira transformação para o ser humano.

 

Logo, os pecados capitais deixam de ser um problema a ser resolvido pela humanidade para se tornarem úteis para o aprofundamento da nossa experiência subjetiva e a transcendência da própria mente aonde podemos de fato encontrar nosso real poder. Dessa forma, o autoconhecimento pode gerar frutos e tornar possível a realização do ser humano.

 

Muito obrigado por compartilhar e até breve!